Véu de Isis (O) - Ensaio sobre a história da idéia de natureza

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Edições Loyola, 20 de out. de 2006 - 360 páginas
Há um aforismo que freqüenta a filosofia ocidental desde o início: o de Heráclito, que afirma que “a Natureza ama ocultar-se”. Ao longo dos últimos vinte e cinco séculos, essas palavras sucessivamente significaram: que a Natureza se esconde em formas sensíveis e nos mitos; que ela esconde em si forças ocultas; mas também que o Ser está originalmente num estado de contração e de não-desdobramento; ou ainda que ele se desvela velando-se. Esse aforismo serviu para explicar as dificuldades da ciência da natureza, para justificar a exegese alegórica dos textos bíblicos ou para defender o paganismo, para criticar a violência contra a natureza operada pela técnica e pela mecanização do mundo, enfim, para explicar a angústia que provoca no homem moderno o seu ser-no-mundo. A mesma fórmula, ilustrada pela imagem do véu de Ísis e desvelada por Pierre Hadot na história do Ocidente, justificou tanto a atitude prometéica – o homem deve se tornar senhor e possuidor da Natureza – como a atitude órfica – ninguém pode tirar o véu dos mistérios da natureza, a não ser o poeta e o artista. Essa fórmula não deixará de traçar perspectivas novas sobre a realidade e de revelar as mais diferentes atitudes com relação à Natureza.

Sobre o autor (2006)

Pierre Hadot é filósofo francês e um dos maiores especialistas contemporâneos em filosofia antiga. Estudioso do pensamento grego, sobretudo do neoplatonismo, suas pesquisas concentraram-se nas relações entre helenismo e cristianismo, na mística neoplatônica e na filosofia da era helenística. Por Edições Loyola, publicou: O que é filosofia antiga? (1999, 5a ed. 2011), O véu de Ísis - Ensaio sobre a História da idade de natureza (2006), Elogia da Filosofia Antiga e Elogio de Sócrates (2012). Foi diretor da École Pratique des Hautes Études de 1964 A 1986, foi nomeado professor do Collége de France e, em 1991, recebeu o titulo de professor Emérito dessa instituição.

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